musica

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O circo da solidão












Você pode tentar voltar,
Só uma coisa é certa
As portas são as mesmas
E as verdades prevalecem sempre.
Você pode dizer não, agora
Onde tudo se faz um jogo
Tremendamente insano e injusto,
Mas uma coisa é certa
Eu já não sou mais o mesmo
E as verdades prevalecem sempre.
Palavras nem sempre são corretas,
E você estará sempre tentando
Chegar ao fim do arco-íris.
Sempre fomos bons amigos,
Não deixe que tudo se acabe,
Você pode tentar voltar
E só uma coisa é certa,
Eu já não sou o mesmo
E as verdades prevalecem sempre.
                                    Abr.17

O diabo nú












Lá fora o diabo espreita
Esperando que a porta se abra,
Onde estarão os anjos da guarda
Que não fazem a vigília?

Lembrei-me doutra ocasião
Era sexta, dia de loucuras
E enquanto eu me acabava
Você partia para longe...

Minha semente voou distante
De teu ventre então maduro
A noite é uma criança – pensava
Mas logo a luz de outro dia.

Nadava entre sonhos e fantasmas
Olhava naqueles olhos
Que imploravam um devaneio
Suaves noites, loucas e surreais

Anjos da guarda silenciam
Sempre que o diabo aparece
                                               Abr.17

sábado, 3 de junho de 2017

Apenas alguns minutos












Cinzas caem de meus olhos
Como folhas secas
Imagino-me dentro de uma cela
Pintada em verde neon

Mãos se erguem ao nada
Rituais imprecisos, sem razão
Falta-me o ar e a noite é fria
Pingos de chuva batem incessantes

Pelo vazio da taça vejo a luz
Projetada como uma lua cheia
Sinto as torres de castelos – odores
De perfumes das doces donzelas

O ritmo da canção acompanha
Meu coração, feito ritual e magia
Eles vêm e vão, dançam loucamente
Como se nada mais importasse

O que me resta são seus olhos
Em um dia qualquer, em uma tarde
Mas é tão difícil compreender
A tua fala morna, perdida no ar

Risco em giz uma linha reta
Gravetos jazem no chão.
                                      jun.17

Linhas do Tempo {em memória de Thomaz Jr. *29.04.1989}












Tua alma dança
Suavemente, como ondas
Que se jogam na areia

Teu sorriso permanece
Como o de uma criança
Que tú eras então

Tua aura me acompanha
Nestas paisagens perdidas
Sempre meu guia –  Amor

Teu silencio navega
Por manhãs vazias
Preenche o que resta

O mar está calmo, sereno
Tramas e desenlaces
Saltam a passos largos

Heróis e mártires do passado
Observam teu semblante
E abençoam esta união.
                                        Abr.17

Fronteira de fios












Existência glorificada
Pelas mãos do traidor
Eu ainda cria em vida eterna
Tuas mãos me negaram

Ah! Teu corpo está cansado
Do peso de injurias e desdéns
Há um esgoto que corre agora
Bem acima de tua cabeça

Demônios encerram tua alma
Perdida em profundos gemidos
Como ousa falar em amor?
Como ousa andar sobre covas?

Bem no fim do arco-íris
Um rifle aponta para mim
São sete balas prateadas
E um padre com seu sermão

Não pedi para nascer e morrer
Viestes a mim por acaso
Como um fantasma desnudo
Que se vangloria do passado

Peça-me um pouco de amor
Ainda que eu seja o pó
Misturado aos anseios teus
Aos nossos sonhos perversos
                                           Maio.17